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Bem-vindo ao Bosque Encantado: Pirilampos sobre a Vida, a Morte e os Mistérios da Consciência

  • Natércia Godinho
  • 3 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 18 de dez. de 2024


Imagina, por um momento, que estás a entrar num jardim misterioso, onde os caminhos são feitos de palavras e as árvores sussurram segredos antigos sobre o viver, o morrer e, quem sabe, a própria consciência. Aqui, as perguntas voam como borboletas, leves e inquietas, e as respostas, quando surgem, brilham como estrelas numa noite tranquila.


Diz-me, já alguma vez pensaste se estamos todos ligados por fios invisíveis, tecendo conexões que os olhos não conseguem ver? Será que a vida e a morte são apenas dois lados de uma mesma dança, movendo-se num ritmo que ainda estamos a tentar compreender? A ciência já desvendou inúmeros mistérios do universo, mas continua sem respostas definitivas para dois dos maiores enigmas: a morte e a consciência.


Este espaço é um convite para aventurarmo-nos no bosque dos mistérios, seguindo os trilhos desenhados pela curiosidade, enquanto a mente se abre para os segredos que habitam entre a sombra e a luz. É nesse contraste — entre o escuro que guarda o desconhecido e a claridade que revela o que está para vir — que o ciclo da vida acontece. Cada sombra pode esconder um começo, assim como cada raio de luz pode iluminar um fim. Tal como as folhas que caem no outono para nutrir o solo e preparar o renascimento da primavera, há uma harmonia vibrante no constante ir e vir de tudo o que vive. Aqui, entre as sombras e a luz, aprendi que a vida e a morte não são opostos, mas passos de uma mesma dança, uma coreografia eterna que me convida a viver com mais profundidade. Faz-me lembrar o som entre uma tecla de piano e o silêncio que a segue, uma pausa que não é vazio, mas preparação para a próxima nota. Assim como na música, a vida e a morte são momentos distintos de uma mesma melodia, ambos indispensáveis para criar a harmonia completa.


Este projeto nasceu, como tantas coisas mágicas, de uma pequena semente. Foi plantada pela perca do meu pai que despertou a curiosidade, e regada pelas despedidas que a vida inevitavelmente me trouxe: amigos que partiram, familiares que disseram adeus, vizinhos cujas janelas se fecharam, pacientes que se despediram em silêncio. Também nasceu das mudanças que se parecem com finais — novos caminhos, novos lares, novos sonhos. Todas essas experiências deixaram um eco no meu coração, uma melodia subtil que me diz: “Vai, descobre o que há por detrás das despedidas.”


Ao longo dos anos, fui percebendo que nada no universo acontece isoladamente. Tudo parece interligado de forma quase imperceptível, como se existisse uma rede invisível conectando pessoas, momentos e ciclos. Essas conexões revelam-se tanto nos pequenos detalhes do dia a dia como nos grandes mistérios da existência. Mostram-nos que, mesmo quando algo termina, está, na verdade, a dar lugar a algo novo. E se a morte não for um fim, mas um portal de transformação?

É esse mistério que me inspira a escrever e a partilhar este espaço com vocês.


Com o passar dos anos, as despedidas tornam-se mais frequentes, como folhas que caem em novembro, marcando o ritmo das estações. E neste compasso, sinto uma urgência de encarar a morte não como uma sombra ameaçadora, mas como uma lanterna que ilumina o caminho. Não como um fim, mas como uma ponte para novas possibilidades e transformações.


Que estranho é viver numa sociedade que prefere ignorar a morte, como se o silêncio pudesse afastá-la! Tentamos evitar o fim, acreditando que ele não nos encontrará se não falarmos sobre ele. Mas, e se, em vez de fugir, convidássemos a morte para um chá? Que tal uma caminhada no bosque de mãos dadas? Talvez, ao olhá-la nos olhos, possamos ver um espelho que reflete como queremos viver: com mais liberdade, conexão e presença.


No fundo, este espaço — e o meu livro Ritmos do Fim? — é um convite para dançarmos. Uma dança com o tempo, com as perguntas que nos desafiam, com a beleza escondida nos detalhes mais simples. Aproximar-nos da morte pode ensinar-nos a viver com mais compaixão, a apreciar a simplicidade e a construir laços profundos. Afinal, quando reconhecemos que tudo tem um fim, cada momento ganha uma luz especial, não acham?


Neste bosque encantado, partilharei histórias da minha viagem: conversas com pessoas que cruzaram o meu caminho, sons e cores da natureza que me inspiram, e perguntas que brilham na minha mente como pirilampos ao anoitecer. Desejo que este espaço te ajude a encontrar algumas respostas — ou a formular novas perguntas. E, quem sabe, ao explorar esta dança invisível e inevitável, possamos ouvir uma sinfonia que nunca cessa, apenas muda de melodia.


Se também sentes, como eu, que é hora de olhar para a morte com outros olhos, junta-te a esta jornada. Quem sabe, ao caminharmos juntos neste bosque mágico, possamos descobrir formas de viver mais plenas, aceitando a morte como parte essencial do nosso caminho, oferecendo aos nossos queridos a melhor prenda do mundo.



 
 
 

3 comentários


Mena
05 de dez. de 2024

Adorei ler a mensagem deste texto que me abriu os olhos de forma diferente para a minha vida.

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Convidado:
27 de nov. de 2024

Gostei imenso de ler este artigo. Daqui a unos meses, o meu pai vai partir para outro mundo e fez-me bem...Obrigada

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Convidado:
05 de dez. de 2024
Respondendo a

Que o seu pai tenha uma boa morte. Um abraço aconchegante.

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